O uso do café generalizou-se na Europa a partir do século XVII, após o reconhecimento como bebida estimulante e propícia ao aumento da capacidade física e intelectual dos consumidores. Foi, dentre as três bebidas introduzidas no “Velho Continente” após a época dos descobrimentos (café, chá e cacau), a que se mostrou mais adequada “para a melhoria da produção humana” (Simonsen, 1940).
Argollo Ferrão (2015). Arquitetura do Café (2a. ed.). Campinas : Editora da Unicamp.
O cafeeiro. Ilustração botânica da espécie Coffea arabica. Classificação científica [Reino - Plantae / Divisão - Magnoliophyta / Classe - Magnoliopsida / Ordem - Gentianales / Família - Rubiaceae / Gênero - Coffea]. Fonte: Wikipedia.
Louis Couty, um importante biólogo francês que viveu no Brasil durante o século XIX e produziu vários e significativos trabalhos sobre o cafeeiro e questões correlatas, afirmou ser o café [...] "superior ao álcool e aos estimulantes excitantes, pois que provoca fenômenos verdadeiramente capitais na constituição dos tecidos. As experiências, confirmando ao café suas qualidades de verdadeiro alimento, vieram realçar o seu papel como fator do desenvolvimento de maior atividade nos processos químicos azotados, os mais aptos a fornecer força aos homens superiores; é evidente a utilidade dessa bebida para as raças civilizadas, cuja atuação se torna dia a dia mais ativa" (Couty, 1883).
Página de rosto do mencionado estudo de Louis Couty publicado em 1883 sobre a Biologia Industrial do Café. Referência: Couty, L. (1883). Le Café. Étude de Biologie Industrialle du Café. Rio de Janeiro: l'Ecole Polytechnique. [Rapport adressé à M. le Directeur de l'Ecole Polytechnique].
De fato, já no final do século XIX o café passa a ser reconhecido como um alimento estimulante e revigorante. Tal reconhecimento se dá a partir de diversas pesquisas científicas como as que o biólogo Luis Couty realizou, sendo o introdutor do campo de estudo da fisiologia experimental no Brasil. Couty escreveu livros sobre a escravidão, artigos sobre o café, relatórios sobre a erva mate, sempre com o enfoque da ciência, de acordo com o pensamento da época (Stahl, 2016). Moisés Stahl entende Couty como um mediador das ideias novas que chegaram ao país a partir da década de 1870, operadas em uma das disciplinas em que ele atuava, a Biologia Industrial, mesclando os conceitos evolucionistas da época à realidade produtiva e social do Brasil, lançando teses sobre o país e seu povo.
Referência: Stahl, M. (2016). Louis Couty e o Império do Brasil. Santo André: Editora UFABC.
Sobre a capacidade estimulante do café, no blog de Marcelo Toledo você encontra informações adicionais. Toledo explica que, de fato, a característica mais conhecida do café é a sua capacidade estimulante, graças à cafeína presente em sua composição. Doses baixas ou moderadas podem reduzir a sensação de sonolência e cansaço, e levar a uma importante melhora na concentração, estado de alerta e energia. A melhora cognitiva e psicomotora que o café promove é reconhecida cientificamente e respaldada por centros de pesquisa em diversos países do mundo. O café, contudo, pode causar efeitos nocivos se ingerido em excesso, como a dependência e azia. Há de ser consumido, como todo alimento, obedecendo-se a um bom senso e moderação. O café é reconhecidamente uma bebida estimulante, natural e saborosa, pode ser considerado um alimento nutritivo, diurético, que combate cefaleias e ajuda no controle de peso.
Toledo, M. (Blog). Café: o melhor estimulante do mundo. Disponível em http://marcelotoledo.com/cafe-o-melhor-estimulante-do-mundo/ Acesso em 02 nov. 2019.